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"Svět se navždy změnil!" - "Z této katastrofy vznikne nový mezinárodní řád!"
Toto byly běžné floskule po teroristických útocích z 11. září a velké recesi z let 2007-2009, ale také po prakticky každé mimořádné bezpečnostní situaci a mezinárodním ekonomickém propadu, které rutinně otřásají světem. Analýza hlavních mezinárodních krizí od 80. let odhalí několik pravidelně se objevujících faktorů. Pandemie COVID-19 je odlišná a mnohem hrozivější než krize, které jí předcházely. Přesto stále sledujeme některé z běžných faktorů přítomných v minulých krizích. Zde je pět těch, které stojí za zmínku.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
“O mundo mudou para sempre”. Foi o que se afirmou depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. A mesma coisa se verificou após a grande recessão, que durou de 2007 a 2009. E ocorre também depois de cada um dos colapsos financeiros que regularmente sacodem o planeta. A análise das crises internacionais que temos vivido desde a década de 80 revela vários fatores recorrentes. Alguns já estamos observando nesta pandemia de covid-19. Outros não. Há cinco que vale a pena destacar:
À: Président Donald J. Trump De: XXXX Objet: Stratégie électorale
C'est un immense honneur, Monsieur le président, que d'être appelé à présenter des recommandations sur la manière de garantir votre réélection amplement méritée.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Romina Cácia
É uma grande honra, presidente, que o senhor solicite meus conselhos sobre como garantir sua merecida reeleição. Compartilho sua decepção com os conselheiros eleitorais que falharam em transformar sua gestão bem-sucedida em uma vantagem eleitoral esmagadora. O único assessor que serve como conselheiro é seu brilhante genro, Jared Kushner.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Augusto Calil
Henry Kissingeracha que o mundo não será o mesmo depois do coronavírus. “Estamos passando por uma mudança de era”, diz o famoso diplomata, para em seguida nos alertar que “o desafio histórico para os líderes de hoje é administrar a crise e construir o futuro”. “Um fracasso nessa tarefa pode incendiar o mundo.”
«Nous avons atteint les 100.000 premiers cas d'infection au coronavirus en soixante-sept jours. Onze jours plus tard, nous en avons compté 100.000 autres. Il n'a fallu que quatre jours de plus pour dénombrer encore 100.000 personnes infectées. Puis en deux jours, nous en accumulons 100.000 autres.»
Voici ce qu'a déclaré le 23 mars Tedros Adhanom Ghebreyesus, le directeur général de l'Organisation mondiale de la santé (OMS), devant les chefs d'État et de gouvernement qui ont participé au sommet spécial consacré au Covid-19.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Augusto Calil
“Chegamos aos primeiros 100 mil casos de infecção pelo coronavírus em 67 dias. Onze dias depois, chegamos a mais 100 mil, e o terceiro grupo de 100 mil infectados foi produzido em 4 dias. Depois, em apenas dois dias, foram outros 100 mil.” Foram as palavras de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde, aos líderes que participaram de uma reunião de cúpula a respeito da covid-19. “Estamos em guerra”, disse. “E temos de fazer mais. Não é uma opção, e sim uma obrigação.”
Lo scorso gennaio i ministri degli Esteri di Egitto, Etiopia e Sudan si sono incontrati a Washington per discutere con urgenza il progetto idrico della Renaissance Dam. Se da un lato è chiaro che l’Etiopia otterrebbe dei benefici dalla realizzazione della diga, dall’altro l’opera intensificherebbe il crescente stress idrico a cui sono sottoposti milioni di egiziani. I rischi di un aspro scontro su questo tema, che sembravano ormai inevitabili, sono stati sventati da un accordo raggiunto in extremis dai negoziatori. Sebbene, per il momento, le tensioni si siano placate, la situazione rimane instabile, considerato che le attuali tendenze fanno prevedere crisi idriche continue e via via più acute nella regione e, di conseguenza, tensioni più profonde e scontri più frequenti.
Il en va des calamités naturelles comme des catastrophes sanitaires. Si les séismes peuvent être dévastateurs, ils révèlent aussi de précieuses informations sur les couches géologiques profondes de la Terre. De même, alors que les pandémies causent d'immenses souffrances, elles sont éminemment instructives. Elles enrichissent nos connaissances en matière de biologie, d'épidémiologie et de médecine, mais révèlent, qui plus est, nos caractères intrinsèques d'individus et de sociétés. En tant que personnes, sommes-nous davantage porté·es vers l'altruisme ou l'individualisme? Un pays ouvert sur le monde est-il préférable à une nation qui ferme ses frontières? Faisons-nous confiance à nos responsables politiques et nos experts? Et devons-nous baser nos comportements sur nos émotions ou sur les faits?
El Estadão / Moisés Naím e tradução de O Estado de S.Paulo
É interessante analisar os grandes debates dos nossos tempos à luz do que está acontecendo com o coronavírus. Quão aberto para o restante do mundo um país terá de ser? Até que ponto devemos acreditar nos especialistas? Esta pandemia estimulará o individualismo ou o altruísmo?
Dans les pays où la neige est abondante, les mots qui la décrivent abondent également. Il en va de même pour la corruption: là où elle est monnaie courante, elle porte une foule de noms.
En same, une langue parlée en Norvège, en Suède et en Finlande, on compte plusieurs dizaines de mots pour désigner la neige. En Amérique latine, et dans des pays comme l'Italie, la Grèce, le Nigeria et l'Inde, il en existe des centaines signifiant «corruption». Dans les pays hispanophones, on emploie, entre autres, coima, mordida, moches, ñeme-ñeme, guiso, mermelada ou cohecho. Mais les concepts pour lesquels nous n'avons pas de mot sont tout aussi intéressants que ceux pour lesquels nous en avons trop.
Le populisme n'a rien de nouveau. En théorie, il désigne la défense du peuple au sens noble (le populus) contre les abus des élites. Dans la pratique, on emploie ce terme au sujet de phénomènes politiques très différents, à l'image de Donald Trump ou d'Hugo Chávez, par exemple. Si, intrinsèquement, le populisme pose déjà problème, lorsqu'il s'ajoute à la polarisation et à la post-vérité, sa capacité destructrice s'en trouve multipliée.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Há uma fórmula que sintetiza o encolhimento da democracia liberal: populismo + polarização + pós-verdade levam ao continuísmo. O populismo não tem nada de novo. Em teoria, é a defesa do povo (populus) contra os abusos das elites. Na prática, é um termo usado para descrever fenômenos políticos às vezes muito diferentes entre si - Donald Trump e Hugo Chávez, por exemplo. É problemático de nascença. Quando se junta, então, à polarização e à pós-verdade, sua capacidade destrutiva se multiplica.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Claudia Bozzo
Nos países onde a neve é abundante, também são abundantes as palavras para se referir a ela. E isso vale também para a corrupção. Onde há muita corrupção, também existem muitas maneiras de chamá-la.
Une superpuissance est un pays capable de projeter ses forces militaires sur de longues distances et, si nécessaire, livrer plus d'une guerre à la fois –et sur des continents différents. Cela coûte beaucoup d'argent: bases militaires, navires, avions, chars, missiles, infrastructures de communications et de transports, rien de tout cela n'est bon marché. Cela demande aussi de disposer d'un corps expéditionnaire fort de plusieurs milliers de soldats prêts à partir en guerre n'importe où sur la planète. Et, bien sûr, d'armes nucléaires.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Claudia Bozzo
Uma superpotência é capaz de projetar seu poder militar em grandes distâncias e, se necessário, até lutar em mais de uma guerra ao mesmo tempo e em diferentes continentes. Isso custa muito dinheiro: você precisa investir em bases, navios, aviões, tanques, canhões, mísseis, meios de transporte e comunicações. Também requer uma força expedicionária composta por dezenas de milhares de soldados preparados para participar de ações militares em qualquer lugar do mundo. E, é claro, ter armas nucleares.
Chaque année, environ un demi-million de personnes sont assassinées à travers le monde. Naturellement, ces crimes ont des effets dévastateurs sur la famille et les proches des victimes. Il arrive aussi que des meurtres atteignent non seulement parents et amis, mais que leurs conséquences soient beaucoup plus lourdes, au point parfois de changer le monde.
La Reppublica /Moisés Naím con traduzione da Fabio Galimberti
Ogni anno sono circa mezzo milione le persone che vengono assassinate in tutto il mondo. Naturalmente, queste morti hanno effetti devastanti sulle famiglie delle vittime e su chi voleva loro bene. Ma ci sono anche uccisioni che fanno sentire i loro effetti ben al di là della cerchia dei parenti e degli amici, e cambiano il mondo. Questi omicidi trascendentali possono rivelarsi molto costosi. L'esempio più famoso è l'assassinio nel 1914 dell'arciduca Francesco Ferdinando d'Austria a Sarajevo. La sua morte mise in moto una serie di eventi che portarono allo scoppio della Prima guerra mondiale e alla morte di 40 milioni di persone.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Claudia Bozzo
A cada ano, cerca de meio milhão de pessoas em todo o mundo são assassinadas. Naturalmente, essas mortes têm efeitos devastadores sobre famílias e pessoas próximas às vítimas. Mas também há os assassinatos que não apenas afetam a família e os amigos, mas também mudam o mundo. O exemplo icônico disso é o ataque que, em 1914, custou a vida do arquiduque Francisco Fernando da Áustria em Sarajevo. Sua morte desencadeou um processo que levou à eclosão da 1.ª Guerra e à morte de 40 milhões de pessoas.