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Slate /Moisés Naím et traduit par Bérengère Viennot
Le populisme n’est pas une idéologie: c’est une stratégie visant à obtenir et à conserver le pouvoir. Il existe depuis des siècles, mais ces derniers temps il refait surface avec une vigueur renouvelée, alimenté par internet et les frustrations de sociétés dépassées par les changements, une économie précaire et la menaçante insécurité d’un avenir incertain.
Slate /Moisés Naím et traduit par Bérengère Viennot
Cela fait des années que j'étudie le pouvoir; ceux qui l’ont et ceux qui l’ont perdu. La principale conclusion à laquelle je suis parvenu est que si l’essence du pouvoir –c’est-à-dire la capacité à pousser les autres à faire quelque chose ou à arrêter de le faire– n’a pas changé, les moyens de l’obtenir, d’en user et de le perdre ont connu de profonds changements.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Um paradoxo interessante da política mundial observado hoje são as extraordinárias contorções que alguns autocratas fazem para se darem ares de democratas. Por que tantos ditadores criam embustes democráticos elaborados sabendo que, cedo ou tarde, o caráter autoritário do regime será revelado?
Algumas razões disso são bastante óbvias, outras nem tanto. A mais evidente é que o poder político, cada vez mais, é obtido – pelo menos no início – pelo voto, não pelas balas. Por isso os candidatos procuram mostrar uma grande devoção pela democracia embora ela não seja sua preferência.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
O presidente americano Donald Trump afirmou, quando ainda era candidato ao cargo, que “poderia parar no meio da Quinta Avenida, em Manhattan, e atirar em alguém que ainda assim não perderia votos”. Provavelmente tinha razão então, e hoje, seguramente, ainda conta com um grande número de seguidores incondicionais. Mas isso não significa que ele seja invulnerável. Sua estadia na Casa Branca pode se ver truncada por uma maciça revolta política ou por um processo judicial que leve a sua destituição.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
É normal que presidentes entrem em colisão com opositores políticos e tenham atritos com outros países. Também é usual, e saudável, que governos e meios de comunicação não se entendam. Ou que presidentes enfrentem a burocracia pública que, segundo eles, não executa com o devido entusiasmo as políticas que eles prometeram.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Nos EUA, os homens brancos de meia-idade e com menos escolaridade estão morrendo em ritmo inusitado. Sua taxa de mortalidade é maior que a dos hispânicos ou dos negros da mesma faixa etária e do mesmo nível de educação. A mortalidade dos brancos menos educados também é mais alta hoje que no começo do século. Trata-se de um fenômeno exclusivamente americano, que não ocorre em outros países desenvolvidos.
Slate /Moisés Naím et traduit par Bérengère Viennot
«Dieu a inventé la guerre pour que les Américains apprennent la géographie». Ce trait d’esprit du XIXe siècle, souvent attribué au satiriste Ambrose Bierce, mérite une petite mise à jour à la sauce XXIe siècle: «Dieu a inventé les attaques contre les États-Unis pour que les Américains apprennent que leurs ennemis moins forts qu’eux sont plus costauds qu’ils n’en ont l’air».
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Nos 22 países do mundo árabe vivem somente 5% da população mundial. Mas 68,5% das mortes no mundo em lutas armadas ocorrem nesses países, dali se originaram 57,5% dos refugiados e 45% dos ataques terroristas globais (dados de 2014). Estas são algumas das aterradoras realidades documentadas no relatório sobre o Desenvolvimento Humano no Mundo Árabe elaborado pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud).
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Celso Paciornik
Há seis anos escrevi o seguinte: “A principal fonte dos conflitos futuros não vão ser os choques entre civilizações, mas as expectativas frustradas das classes médias que definham nos países ricos e crescem nos países pobres.” Meu argumento na ocasião – que agora se confirma – é que as classes médias nos Estados Unidos, nos países da Europa e em outros de maior renda veriam diminuir seu padrão de vida, enquanto na China, na Turquia, na Colômbia e em outros países emergentes a situação econômica dos mais pobres melhoraria.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Existem décadas em que não acontece nada e semanas em que décadas acontecem. Essa frase, atribuída a Lenin, capta muito bem os tempos atuais. Tem acontecido de tudo. A cada dia acordamos com notícias que nos surpreendem e abalam. Algumas - geralmente as melhores - se originam no mundo da ciência e da tecnologia; outras, com frequência ruins, nos chegam da economia e da política. As inovações em medicina, materiais, energia ou informática não param de nos surpreender.Como sempre, a economia e a política também alteram o mundo. E quais foram os eventos políticos e econômicos mais importantes no que vai deste século? Cada um tem sua lista e essa é a minha - pessoal e arbitrária -, que resumo em seis datas.
L’Organizzazione non è più quella di un tempo. Il suo potere di influenzare le quotazioni continua a scemare, mentre si allunga la lista di possibili eventi geopolitici in grado di stravolgere i mercati petroliferi
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Há anos estudo o poder, os que o detêm e os que o tiveram. A principal conclusão é que, ainda que a essência do poder – a capacidade de fazer com que os outros façam ou deixem de fazer algo – não tenha mudado, as maneiras de obtê-lo, usá-lo e perdê-lo sofreram profundas mudanças. Outra observação é que a personalidade dos poderosos é tão heterogênea quanto a própria humanidade. Eles podem ser solitários e gregários, valentes e covardes, geniais e medíocres. No entanto, apesar da diversidade, todos têm dois traços em comum: são carismáticos e são vaidosos.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezhina Martino
Ambos presidem uma superpotência militar e econômica. Um deles é partidário do livre-comércio e afirma que é um erro culpar a globalização por todos os males da humanidade. O outro sustenta que o comércio internacional é nocivo para seu país e já anunciou que cobrará impostos sobre as importações. O primeiro, defensor da globalização e do comércio, é o secretário-geral do maior Partido Comunista da história – 80 milhões de membros. E também o presidente da China, a segunda maior economia do planeta. O outro, o protecionista que denuncia o comércio sempre que pode, é Donald Trump, que preside a maior economia capitalista até hoje conhecida.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Celso Paciornik
O populismo não é uma ideologia. É uma estratégia para alcançar e conservar o poder. Ele sempre existiu, mas nos últimos anos ressurgiu com uma força potencializada pela internet e pelas frustrações de sociedades angustiadas com as mudanças, a precariedade econômica e uma ameaçadora insegurança sobre o que o futuro lhes reserva. Uma das surpresas do populismo é como seus ingredientes são comuns apesar de os líderes que o praticam e os países onde se impõem serem muito diferentes. O populismo hoje reina na Rússia de Vladimir Putin e nos Estados Unidos de Donald Trump, na Turquia de Recep Tayyip Erdogan e na Hungria de Viktor Orban, entre muitos outros. Em todos, observamos quatro táticas principais:
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Na minha coluna de 6 de março do ano passado, escrevi: “Se, em 2000, a Suprema Corte foi a instituição que na prática determinou quem seria o presidente dos EUA, neste ano o grande eleitor poderá ser o diretor do FBI, James Comey.” Errei. O grande eleitor de novembro não foi o chefe do FBI. Foi Vladimir Putin.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Em 2007, o então candidato à presidência Barack Obama prometeu que uma das suas primeiras medidas ao tomar posse seria fechar a prisão na base militar americana em Guantánamo, Cuba. E já como presidente tentou várias vezes, e de diversas maneiras, fechá-la. Nada deu certo. Depois de oito anos no cargo, Obama deixa a Casa Branca e a prisão continua no mesmo lugar.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Passei mais de seis meses sem escrever minha coluna para concluir um livro e uma série de TV em que vinha trabalhando havia alguns anos. Concluída a tarefa, estou de volta.
Durante estes meses, foram muitas as vezes em que me vi tentado a reagir por escrito diante dos muitos acontecimentos insólitos que nos surpreenderam. Desde a desconcertante chegada de Donald Trump à presidência dos EUA aos sangrentos massacres na Síria, e dos resultados de importantes referendos em Reino Unido, Colômbia e Itália à intromissão russa nas eleições americanas.