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El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Existem décadas em que não acontece nada e semanas em que décadas acontecem. Essa frase, atribuída a Lenin, capta muito bem os tempos atuais. Tem acontecido de tudo. A cada dia acordamos com notícias que nos surpreendem e abalam. Algumas - geralmente as melhores - se originam no mundo da ciência e da tecnologia; outras, com frequência ruins, nos chegam da economia e da política. As inovações em medicina, materiais, energia ou informática não param de nos surpreender.Como sempre, a economia e a política também alteram o mundo. E quais foram os eventos políticos e econômicos mais importantes no que vai deste século? Cada um tem sua lista e essa é a minha - pessoal e arbitrária -, que resumo em seis datas.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Há anos estudo o poder, os que o detêm e os que o tiveram. A principal conclusão é que, ainda que a essência do poder – a capacidade de fazer com que os outros façam ou deixem de fazer algo – não tenha mudado, as maneiras de obtê-lo, usá-lo e perdê-lo sofreram profundas mudanças. Outra observação é que a personalidade dos poderosos é tão heterogênea quanto a própria humanidade. Eles podem ser solitários e gregários, valentes e covardes, geniais e medíocres. No entanto, apesar da diversidade, todos têm dois traços em comum: são carismáticos e são vaidosos.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezhina Martino
Ambos presidem uma superpotência militar e econômica. Um deles é partidário do livre-comércio e afirma que é um erro culpar a globalização por todos os males da humanidade. O outro sustenta que o comércio internacional é nocivo para seu país e já anunciou que cobrará impostos sobre as importações. O primeiro, defensor da globalização e do comércio, é o secretário-geral do maior Partido Comunista da história – 80 milhões de membros. E também o presidente da China, a segunda maior economia do planeta. O outro, o protecionista que denuncia o comércio sempre que pode, é Donald Trump, que preside a maior economia capitalista até hoje conhecida.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Celso Paciornik
O populismo não é uma ideologia. É uma estratégia para alcançar e conservar o poder. Ele sempre existiu, mas nos últimos anos ressurgiu com uma força potencializada pela internet e pelas frustrações de sociedades angustiadas com as mudanças, a precariedade econômica e uma ameaçadora insegurança sobre o que o futuro lhes reserva. Uma das surpresas do populismo é como seus ingredientes são comuns apesar de os líderes que o praticam e os países onde se impõem serem muito diferentes. O populismo hoje reina na Rússia de Vladimir Putin e nos Estados Unidos de Donald Trump, na Turquia de Recep Tayyip Erdogan e na Hungria de Viktor Orban, entre muitos outros. Em todos, observamos quatro táticas principais:
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Na minha coluna de 6 de março do ano passado, escrevi: “Se, em 2000, a Suprema Corte foi a instituição que na prática determinou quem seria o presidente dos EUA, neste ano o grande eleitor poderá ser o diretor do FBI, James Comey.” Errei. O grande eleitor de novembro não foi o chefe do FBI. Foi Vladimir Putin.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Em 2007, o então candidato à presidência Barack Obama prometeu que uma das suas primeiras medidas ao tomar posse seria fechar a prisão na base militar americana em Guantánamo, Cuba. E já como presidente tentou várias vezes, e de diversas maneiras, fechá-la. Nada deu certo. Depois de oito anos no cargo, Obama deixa a Casa Branca e a prisão continua no mesmo lugar.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Passei mais de seis meses sem escrever minha coluna para concluir um livro e uma série de TV em que vinha trabalhando havia alguns anos. Concluída a tarefa, estou de volta.
Durante estes meses, foram muitas as vezes em que me vi tentado a reagir por escrito diante dos muitos acontecimentos insólitos que nos surpreenderam. Desde a desconcertante chegada de Donald Trump à presidência dos EUA aos sangrentos massacres na Síria, e dos resultados de importantes referendos em Reino Unido, Colômbia e Itália à intromissão russa nas eleições americanas.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Até pouco tempo atrás, o regime fundado por Hugo Chávez era objeto de admiração para os progressistas do mundo inteiro. Viajar para a Venezuela e ver as realizações da revolução bolivariana passou a fazer parte do programa de inúmeros ativistas. A Venezuela de Chávez era motivo de celebração. Isso acabou. Não há o que celebrar em meio à calamidade. E culpar pela catástrofe venezuelana os Estados Unidos, as elites ou a queda dos preços do petróleo convence apenas um reduzido grupo de ingênuos – ou fanáticos. O regime chavista deixou cair a máscara: seu militarismo, autoritarismo, corrupção e desprezo pelos pobres estão expostos.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezhina Martino
Essa desigualdade econômica é um dos fatos que contribuem para estimular outra tendência atual: a desconfiança. Todas as análises de índices em diferentes países mostram que a confiança está em queda livre. Cidadãos confiam muito pouco no governo, nas empresas privadas, nas ONGs ou nos meios de comunicação. A cada ano, os indicadores de confiança caem mais. Instituições que antes estavam acima de qualquer suspeita hoje não conseguem se esquivar da onda que castiga as demais. Nos últimos anos, por exemplo, crises econômicas e políticas debilitaram a confiança da opinião pública nos “especialistas”, e os escândalos sexuais e financeiros diminuíram a crença das pessoas na Igreja Católica.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezhina Martino
"Europeísta: 1 - adj. Que admira ou simpatiza com a Europa. 2 - adj. Partidário da unidade ou da hegemonia europeias.”Com base nessa definição do dicionário, sou um europeísta. Sim, já sei. Esta não é uma causa fácil de defender nos dias atuais. A lista de falhas, frustrações e hipocrisias do “projeto europeu” é grande, é fácil de compor. Nós a conhecemos.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Se o teste tiver êxito, a intenção do governo finlandês é ampliar o esquema para todo o país. Experiências semelhantes estão sendo feitas no Canadá, Holanda e Quênia. As falhas e problemas da ideia são óbvios. Ter um salário garantido pode desestimular o trabalho. Dar uma compensação material às pessoas sem que precisem produzir algo é uma proposta questionável tanto do ponto de vista econômico quanto do social e ético. Os riscos de corrupção e clientelismo são altos. Por fim, não é uma ideia barata. Os subsídios podem virar uma pesada carga para o Estado e criar gigantescos déficits no orçamento. No entanto, pode ser uma ideia inevitável.
El Estadão / Moisés Naím e Francisco Toro e tradução de Terezhina Martino
O Estado venezuelano deixou de cumprir funções básicas: garantir ao cidadão o acesso a alimentos, medicamentos, a prestação de serviços públicos essenciais, uma condução mínima da economia e a defesa das fronteiras. A polarização política, a propaganda e a admiração romântica que ainda existe pelo carismático Hugo Chávez fazem com que os debates e as manchetes sobre a Venezuela ocultem a que extremos chegou o fracasso do governo e a tragédia humana. Mas, mais útil que o debate teórico sobre o fracasso do Estado é mostrar algumas situações do cotidiano que ilustram a crise e o roubo que consome esse pobre país rico da América Latina.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Todos os anos, no dia 23 de abril, as Ramblas da capital da Catalunha se enchem de rosas, livros, e gente. A celebração do dia de Sant Jordi, evidentemente, é muito antiga. Ele é o santo patrono desta região. No século 15, popularizou-se o costume segundo o qual, nesse dia, os homens oferecem à amada uma rosa vermelha. Na década de 20 do século passado iniciou-se a prática de, em troca da rosa, as mulheres presentearem o homem com um livro. Afirmar que esses costumes desapareceram não faz justiça ao que ocorreu em Barcelona neste ano.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Não poderiam ser mais diferentes. Zika é um vírus, o Estado Islâmico (EI) é um grupo terrorista e Trump é...Trump. E os três têm surpreendido o mundo. Ocorre que eles têm mais em comum do que parece, à primeira vista. São a versão para o século 20 de fenômenos antigos e recorrentes: epidemias, terrorismo e demagogia.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Em 2014, houve no mundo 37.400 homicídios por terroristas. Para apresentar certo contexto sobre a tragédia de Bruxelas, neste artigo amplio o foco da análise para o resto do mundo. Os dados são principalmente os do Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e suas Respostas (Start, na sigla em inglês), e do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS), Anthony Cordesman.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Um exame de mais de 330 condenados por tribunais dos EUA após o 11/9 por crimes relacionados ao terrorismo jihadista revela um perfil que contrasta com as crenças mais comuns sobre quem são esses terroristas. Quando cometeram os crimes pelos quais estão presos tinham, em média, 29 anos. Um terço era casado, outro terço tinha filhos. Tinham o mesmo grau de escolaridade que a média da população dos EUA. A incidência de problemas mentais no grupo estava abaixo da média do país. Outro dado importante é que, depois do 11/9, todos os ataques com mortos motivados pelo terrorismo islamista cometidos nos EUA foram executados por cidadãos dos EUA ou por residentes legais no país.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Convulsões macroeconômicas sempre geram turbulências em outras áreas. A seguir, alguns fatos peculiares no plano micro com consequências para a macroeconomia da China, seu governo, sua população e, inevitavelmente, para todos nós.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Anna Capovilla
Neste período, a oferta mundial de petróleo aumentou 11% e seu preço caiu 60%. O preço do ferro baixou ainda mais, 77%, e o da alimentação 30%. Quais foram os preços que aumentaram? Entre outros, o do cacau, 11%, e do Lítio, 27%. Estas altas são impulsionadas pela demanda de uma nova e mais numerosa classe média que come mais chocolate e compra mais celulares com baterias de lítio. A penetração destes telefones passou de 19% da população para 75%, e os preços da telefonia celular caíram 58%. Em breve, quase toda a humanidade terá acesso à telefonia móvel, contribuindo para a digitalização já extremamente veloz da vida cotidiana.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Terezinha Martino
Como todas, esta patologia tem casos mais sutis e até cômicos, outros mais graves e perigosos. Tomemos como exemplo os seguidores de Mao. “O comunismo é o sistema mais completo, progressista, revolucionário e racional na história da humanidade. Somente o comunismo é pleno de juventude e vitalidade”, escreveu Mao Tsé-tung em seu Livro Vermelho. Durante mais de meio século, a Revolução Cultural entusiasmou milhões de seguidores em todo o mundo.
El Estadão / Moisés Naím e tradução de Roberto Muniz
Um bom exemplo disso é a reunião da ONU sobre meio ambiente – a COP-21 – realizada em Paris semanas atrás. Mais de 200 países se comprometeram a se esforçar para reduzir as emissões de Co2 que contribuem para esquentar o planeta. Se os acordos forem cumpridos, terá sido um acontecimento histórico para a humanidade. Se não, passará a ser mais uma das muitas reuniões de cúpula que produzem mais barulho que consequências.